Como os problemas das metrópoles não vão existir nas Cidades Inteligentes

No post da semana passada falamos sobre a Internet das Coisas e como ela vai impactar e mudar a nossa vida como conhecemos hoje. O IoT está no primeiro quadrante da cobertura da internet, conhecida como BAN, Body Area Network, que engloba os dispositivos que usamos no corpo, como relógio, celulares, etc. Também é presente no segundo nível, o LAN, Local Area Network, que é a internet local que está associada as casas com o principal objetivo de atender na segurança e gerenciamento. O terceiro setor é conhecido como WAN, Wide Area Network, que atua junto dos carros inteligentes em uma determinada área externa. Por fim, temos a VWAN, Very Wide Area Network, que engloba toda a cidade, ou conhecidas como Cidades Inteligentes.

Se voltarmos alguns séculos atrás, poucas cidades apresentavam uma numerosa quantidade de habitantes, sendo apenas: Londres, Tóquio e Pequim com um número superior a um milhão de pessoas. Hoje passam de 400 metrópoles que já passaram deste número. Sendo que metade da população mundial já está no perímetro urbano, podendo chegar até 70% em 2030 segundo a ONU.

Com um crescimento tão grande, as cidades começaram a precisar de um gerenciamento mais eficaz e inteligente, principalmente quando pensamos em recursos mais escassos como: água, luz e comida. Mas não apenas nisso, a gestão das cidades, conforme ela cresce, fica mais complexa e constante, surgindo problemas de: poluição, trânsito, falta de acesso a recursos e qualidade de vida e por aí vai.

Sabendo que o crescimento tende a se manter e aumentar os governos tem debatido sobre a possibilidade de deixar as Cidades Inteligentes através da tecnologia. O assunto já é discutido em nível global no qual já gera um investimento previsto até 2020 de US$408 bilhões. A proposta não envolve apenas a tecnologia, mas também, a sustentabilidade.

O que são Cidades Inteligentes?

O primeiro ponto que devemos entender é que ter internet na cidade toda não a transforma em inteligente. Apenas demonstra que a cidade está em um processo inicial, que pode transforma-la em um futuro.

As cidades inteligentes na sua essência são cidades que usam a tecnologia de forma criativa e sustentável para melhorar o seu planejamento e gestão em colaboração com a população. O processo de levar inteligência para as cidades já é um movimento que está acontecendo, principalmente em locais com grande preocupação com o uso: da energia, materiais e serviços que podem favorecer o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. A inteligência está no processo de gestão que é feita com base nas informações coletadas, Big Data, e que auxiliam no planejamento e ações como respostas às necessidades sociais e econômicas da população.

Grandes empresas de tecnologia como IBM e Siemens, Instituições de ensino como a MIT e Governos já criaram departamentos próprios para desenvolverem produtos e soluções para essas cidades.

Cidades que já são Inteligentes

Vancouver – Canada

Vancouver está disposta a se tornar a cidade mais sustentável do mundo até o ano de 2020. Para isso a cidade pretender focar em construções mais sustentáveis, melhorar o transporte público e diminuir o impacto ambiental, com emissão de gases e o descarte do lixo.

A ideia é inovar nas estruturas essências da cidade, pavimentando as ruas com plástico reciclado, por exemplo, um projeto que nasceu com financiamento da prefeitura. O impacto que isso dá para a cidade é um asfalto com temperatura mais baixa e permite que  as pessoas economizem combustível.

Dubuque – Estados Unidos

Dubuque é conhecida como uma das cidades mais inteligentes da América do Norte, ganhando destaque pelas suas medidas adotadas visando à sustentabilidade.

Um dos projetos aplicado tem com objetivo o consumo consciente dos recursos naturais, mais em específico a água, luz e gás. Nas casas da cidade foram trocados os medidores por aparelhos que fazem a leitura em tempo real da quantidade de água, luz e gás consumidos, essas informações são transmitidas para a prefeitura, podem ser acompanhadas pelo morador e ainda é possível consultar e comparar com o consumo dos vizinhos.

Cidades Inteligentes
Revista Galileu

Songo – Coreia do Sul

É uma cidade que está em processo de construção, com sua conclusão prevista em 2018, porém já é habitada desde 2011. Ela é considerada a primeira cidade inteligente, pois desde o seu projeto de construção já eram consideradas a mobilidade e espaços verdes.

Dentro da mobilidade, ela conta com sensores subterrâneos que detectam os tráfego e adequam os semáforos para melhorar o fluxo.

Com a sustentabilidade ela utiliza um lago com água do mar para manter a umidade da cidade ao mesmo tempo que esse espaço é também utilizado para transporte, através de táxis aquáticos.

Revista Galileu
Revista Galileu

E no Brasil?

As Cidades Inteligentes não acontecem apenas nos países exteriores. O Governo Brasileiro tem um projeto chamado Minha Cidade Inteligente que faz parte do Programa Brasil Inteligente. Esse projeto trabalha com alguns pontos bem interessantes como:

  • Expandir as redes de transporte em fibra óptica;
  • Aumentar a abrangência das redes de acesso baseadas em fibra óptica nas áreas urbanas;
  • Ampliar a cobertura de vilas e de aglomerados rurais com banda larga móvel;
  • Atender órgãos públicos, com prioridade para os serviços de educação e de saúde, com acesso à internet de alta velocidade;
  • Ampliar a interligação com redes internacionais de telecomunicações;
  • Promover a implantação de cidades inteligentes;
  • Promover a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em tecnologias móveis de quinta geração;
  • Fomentar o desenvolvimento e a adoção de soluções nacionais de internet das coisas e sistemas de comunicação máquina a máquina;
  • Promover a capacitação e a qualificação profissional em tecnologias da informação e comunicação;
  • Disponibilizar capacidade satelital em banda larga para fins civis e militares; e
  • Expandir redes de transporte em fibra óptica na Amazônia por meio de cabos subfluviais.

Algumas cidades do Brasil que já são inteligentes :

Porto Alegre: Possuem sistema de luz automatizado que reduz a potência das lâmpadas em 20% quando os sensores não captam pessoas passando.

Barueri: Alguns moradores de baixa renda contam com medidores de luz inteligentes, com isso conseguem acompanhar o consumo diariamente.

Búzios: Medidores de energia inteligentes possibilitam acompanhar o consumo em tempo real. Além disso, é possível que as pessoas injetem energia com placas solares e com isso ganham crédito na conta.

Rio de Janeiro: Câmeras e radares que monitoram diversas ruas e favelas, possibilitando o reforço policial necessário e ainda consegue monitorar enchentes ou trânsito em tempo real.

Fontes: Forbes / FGV / Revista Galileu / Ministério da Comunicação

Você já conhecia sobre as Cidades Inteligentes? Conhece alguma cidade que não foi mencionada aqui? Deixe sua opinião nos comentários.