Uma nova tecnologia que começará a ser utilizada pelas empresas de telecomunicações visando diminuir custos e otimizar as instalações é a de microdutos e microcabos ópticos.
Chegando em casa hoje a tarde, abri uma cerveja, sentei no sofá e fiquei me perguntando quando foi que minha sala tinha se transformado em uma árvore de natal com tantos leds piscando dos equipamentos instalados. Acostumamo-nos com todas as luzes que roteadores wireless, modens, decodificadores digitais , switchs e outros equipamentos geram, mas será que estamos preparando as novas moradias para receber estas instalações de forma que não fiquem um emaranhado de fios e cabos em toda casa e que fiquem acomodadas discretamente?
Está certo que resido em uma construção relativamente antiga, que não previa a utilização de tantas parafernálias eletrônicas, mas o que ocorre é que as construtoras estão percebendo que a utilização de dados será cada vez maior, principalmente com a utilização de fibras ópticas, que possuem taxas de transmissão elevadíssimas. Com este cenário se desenhando, prevejo que haverá uma aproximação cada vez maior das construtoras junto às empresas de telecomunicações, visando prover condomínios verticais e horizontais cada vez mais estruturados, com projetos bem definidos das redes internas de telecomunicações. A convergência digital de sinais também ajuda, pois a propensão é de termos todos os sinais digitais concentrados em poucos aparelhos. O quadri-play (telefonia fixa, móvel, internet e TV) já é uma realidade, mas acredito que podemos ter alarmes, câmeras de segurança, climatização, sistema de incêndio, automação de eletrodomésticos, iluminação e outros serviços totalmente integrados.
Uma nova tecnologia que começará a ser utilizada pelas empresas de telecomunicações visando diminuir custos e otimizar as instalações é a de microdutos e microcabos ópticos. Este sistema consiste em instalar apenas os microdutos que servirão para acomodar as fibras em seu interior posteriormente. Conforme a necessidade, os micros cabos ópticos são “soprados” para dentro dos microdutos com a utilização de um compressor de ar, evitando assim o desperdício de fibras sem utilização na rede. Além da economia com gastos desnecessários com fibras ópticas, este sistema se destaca também pelo dimensional reduzido, ficando discreto e não ocupando muito espaço em instalações residenciais, sem muito peso em instalações aéreas e facilitando a reconstrução da paisagem em aplicações enterradas.
A partir dos pontos citados acima, creio que a tendência para condomínios horizontais e verticais é haver uma sala de controle de telecomunicações de entrada, onde teremos todas as informações externas chegando. Esta sala concentrará e tratará todos os sinais e terá os quadros de distribuição para o restante da planta. A partir da sala principal partirão os microdutos enterrados até chegarem às residências no caso de condomínios horizontais, e fazendo parte da alvenaria no caso dos verticais. As casas dos condomínios horizontais também deverão prever a instalação dos microdutos embutidos, sendo a fibra óptica “soprada” para o usuário final somente quando houver demanda. Portanto, quando algum instalador de redes ópticas chegar a sua casa com um compressor de ar não se preocupe, pois fará parte do processo de instalação.
Por: Cleverson Weiss – Engenheiro mecânico responsável pelo setor de pesquisa e desenvolvimento da Fibracem e ciclista nas horas vagas.