Grandes teles perdem mercado para pequenas na banda larga fixa

Nos últimos dois anos, as grandes empresas de telefonia e banda larga fixa deixaram de investir na expansão da rede de fibra e perderam espaço para provedores regionais. Segundo levantamento do jornal Folha com base em dados da Anatel, a parcela das grandes empresas nos acessos de banda larga fixa via fibra óptica caiu de 81% em 2015 para 62% em 2017, enquanto no mesmo período, empresas de pequeno e médio porte tomaram os 38% restantes.

Em 2017, os investimentos em telecomunicações nos primeiros nove meses do ano caíram pela terceira vez desde 2015, de acordo com a Sinditelebrasil, que representa empresas do setor.

Em regiões pobres ou afastadas, o investimento na expansão da rede é considerado de retorno incerto para as companhias. “As grandes se retraem quando o mercado se retrai. As pequenas não têm essa opção, é outro tipo de enfrentamento”, diz Basílio Perez, presidente da Abrint, que representa as pequenas empresas. São 4.470 atuantes no mercado.

fonte: Folha de São Paulo 

O setor se esforça para a aprovação de um projeto de lei complementar que acaba com as concessões de telefonia fixa e com a obrigação de manter telefones públicos.

“Com o projeto, recursos para manter a concessão até 2025 iriam para a banda larga”, afirma Eduardo Levy, da Sinditelebrasil. “É importante, já que os custos para importar equipamentos e instalar a fibra são altos.” A situação vai mudar, segundo ele, se “o custo abaixar ou quando a renda da população subir”.

TELEFONIA

Na telefonia móvel a situação é melhor para as grandes empresas. Segundo dados da Teleco, o índice de celulares com 4G aumentaram consideravelmente em 2017. No ano passado, também até outubro, diminuíram em 5,9% as linhas pré-pagas. Como o uso do celular maior para dados do que para ligações, muitos usuários deixaram de ter mais de um chip no aparelho para economizar. A queda na receita das operadoras se explica por essa transição para dados, diz Tude, da Teleco.

A população coberta por 4G foi de 71%, em 2016, para 91% em novembro de 2017.

Todas as cidades brasileiras contam com sinal de celular, segundo a Anatel, mas só há 4G em 64,8% delas. A porcentagem cai para 40% no centro-oeste, e chega a 96% no Estado de São Paulo e 100% no Rio.

 

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO